Mãe revoltada denuncia médico e hospital faz seu afastamento

A auxiliar administrativa Eliane Fátima Giglioli Pereira (31), caiu de moto na ponte sobre o córrego Engano, no Assentamento Monjolinho, localizado no município de Anastácio. O acidente aconteceu no final da tarde do último dia 31 de maio (sábado) e ela rolou ribanceira abaixo, numa altura de 5 a 8 metros, para dentro do córrego.

Populares que estavam passando pelo local prestaram os primeiros atendimentos e chamaram a ambulância do Monjolinho. Não demorou 10 minutos e Eliane foi levada para o hospital de Anastácio, onde deu entrada às 19 horas.

Sua mãe, Marilei Paula Gilioli, que mora em Campo Grande, foi avisada e viajou para Anastácio, no domingo cedo, menos de 24 horas após o acidente. Uma semana depois, ela procurou o Jornal O Pantaneiro para denunciar a situação que encontrou sua filha no hospital.

“Encontrei a minha filha em cima da cama, pura areia, molhada da água do rio, o cabelo cheio de terra ainda e pedaços de pau do rio. Não limparam os ferimentos dela, apenas fizeram sutura, tiraram Raio X e disseram que o pulso direito dela estava quebrado e seria preciso transferir para o Hospital de Aquidauana”, disse.

Na segunda-feira (2/06), dois dias após o acidente, pela manhã saiu a vaga dela para o Hospital Regional de Aquidauana. A mãe, Marilei, elogia o atendimento feito pelo doutor Ney Pires.

A cirurgia do pulso foi feita por convênio particular e ela recebeu alta. “Ela internou na quarta e na quinta-feira teve alta porque estava tudo normal, mas reclamando de muita dor no pé, devido ao ferimento do acidente e que o médico de Anastácio deu ponto, sem analisar melhor”, reclama a mãe.

Na sexta-feira (6), Eliane teve que ser internada novamente e foi quando houve a constatação de pedaços de madeira dentro de seu pé. “Tirou dois paus de dentro de onde estavam os pontos do primeiro hospital”, confirma a mãe, revoltada.

Ela diz que “o pé da Eliane necrosou, e os paus quiseram varar em cima. Apareceram os nervos dos dedos do pé dela. Aí, fazendo essa cirurgia, ela manteve internada, mas reclamando de muita dor na outra perna e acharam muita sujeira lá dentro também”.

D. Marilei avisou o hospital sobre sua intenção de judicializar o problema e buscar punição aos responsáveis pelo tipo de atendimento dispensado para sua filha. “Aí nos papéis você pode ver que comprova o que falei, que foi lá que foi costurado ela, e que o pé dela tinha apenas luxação, mas o pé dela está quebrado em dois lugares.”

Eliane é mãe de duas filhas, uma de quatro e outra de dois anos de idade, que já sentem a ausência dela.

NOTA OFICIAL DO HOSPITAL

O presidente da ABRAMASTACIO – Associação Beneficente Ruralista de Assistência Médica Hospitalar de Anastácio, Aguinaldo Estadulho, vem por meio desta, esclarecer o atendimento prestado à paciente Eliene Fátima Gilioli, no dia 31 de maio.

Por volta das 19h, a paciente deu entrada em nossa Unidade Hospitalar, transportada por uma ambulância do município, após sofrer um acidente de motocicleta, com queda de ponte na área rural, aproximadamente 50 quilômetros de Anastácio, apresentando dor no punho, corte profundo na coxa direita e corte na planta do pé esquerdo, além de algia intensa. Vale ressaltar que, é orientado a Central de ambulância que ocorrências envolvendo acidente, é necessário que a pessoa socorrida seja encaminhada para Aquidauana, que é referência para trauma.

Durante atendimento, foi realizado raio-x e exame físico, sendo descartado lesão na coluna cervical, porém, após exame radiológico, o médico constatou a presença de fratura distal em punho direito, onde foi imobilizado o braço e realizada limpeza e sutura em cortes na coxa e planta do pé.

Como nosso Hospital é baixa complexidade, o médico plantonista solicitou, por volta das 22h, avaliação da especialidade ortopedia, para que fossem feitos outros exames específicos na paciente. Às 7h, do dia 1º de junho, foi liberada a vaga para Aquidauana, porém agendada para o dia 02 de junho, então por volta das 8h30, a paciente foi transportada para o Hospital Regional Dr Estácio Muniz, acompanhada por uma técnica de enfermagem.

Na Unidade de Aquidauana, a paciente ficou sob cuidados da equipe médica e no dia 04 de junho sentia fortes dores no pé suturado, sendo encaminhada para o centro cirúrgico. O médico cirurgião reabriu a sutura e durante procedimento, constatou que dentro do pé da paciente havia um pedaço de madeira.

Devido Eliene ter tido o primeiro atendimento no Hospital de Anastácio, o presidente da ABRAMASTACIO suspendeu o médico plantonista por tempo indeterminado.

Reafirmamos que a ABRAMASTACIO – Associação Beneficente Ruralista de Assistência Médica Hospitalar de Anastácio, preza pelo bom atendimento, transparência e respeito a todos os pacientes e comunidade, e continuará prestando todos os esclarecimentos necessários, para demonstrar a lisura na condução de suas atividades.