Cortar redes sociais da garotada também pode ajudar a conter onda de medo, diz delegada

O caos está instalado. Desde a semana passada, quando o Brasil testemunhou massacre em creche de Blumenau (SC), o medo do “efeito contágio” – ou seja, que novas escolas sejam alvo de ataques sangrentos – se espalha a cada dia com mais rapidez. Há quem ache interessante contribuir para o pânico, fazendo “ameaças” de chacinas nos banheiros dos colégios ou por meio de perfis falsos na internet. E para adicionar lenha nessa fogueira, mães, pais ou responsáveis ajudam a compartilhar esse tipo de informação.

Na semana passada, a PM (Polícia Militar) recebeu seis chamados para ocorrências em escolas. Chegou a haver revista de alunos, mas as ameaças não passavam de trotes. Nesta segunda-feira (10), chegaram ao Campo Grande News dez denúncias de “ataques” em colégios da rede municipal e estadual da Capital – Universitário, Recanto dos Rouxinóis, Pioneiros, Centro Oeste, Aero Rancho, Caiçara, Guanandi, Coophavilla 2 e Lar do Trabalhador. A maior parte delas feitas pelos pais dos alunos e também eram alarmes falsos.
Além dos prints, recebidos pelos responsáveis em grupos de Whatsapp, onde supostamente adolescentes faziam ameaças, há áudios de adultos comentando as falsas ocorrências. Num deles, voz de mulher fala de pessoas com “faconas” em colégio onde a PM (Polícia Militar) esteve ontem e a reportagem acompanhou a ação, que nada de irregular encontrou. Ou seja, a informação é falsa e como diz o ditado, “quem conta um conto aumenta um ponto”. O segundo áudio já falava em “caras armados”, dando margem para o ouvinte pensar em armas de fogo.
Por isso, a recomendação da Polícia Civil é “segurar o dedo” e só fazer alertas sobre os supostos atentados diretamente à direção da escola do filho, que saberá como proceder, ou acionar a polícia. “Se você não tem certeza da informação, a gente recomenda não divulgar, não compartilhar. Se você suspeita de alguém e tem informações mais precisa, liga para o 190”, explica a delegada Daniela Kades, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).
Consequências – Tanto a Polícia Militar quanto a Civil estão atentas às denúncias. “Tudo o que chega para nós, enviamos para o Setor de Inteligência verificar”, afirma a delegada.
Por Campo Grande News
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