Um projeto desenvolvido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foi selecionado como vencedor na oportunidade Petrobras OP2454, que visa a criação da Carta Estratigráfica da Bacia do Pantanal. Coordenada pelo professor Aguinaldo Silva, do Câmpus do Pantanal (CPan), a pesquisa tem como objetivo sistematizar o conhecimento sobre a bacia, explorando sua evolução geológica, potencial energético, aquíferos subterrâneos e a dinâmica sedimentar atual.
“Nosso grupo estuda o Pantanal há mais de 20 anos, focando em mudanças ambientais e nos principais sistemas fluviais do bioma. A ideia do projeto surgiu ao tomarmos conhecimento da chamada para elaboração de cartas estratigráficas pela Petrobras, com a Bacia do Pantanal sendo incluída para atualizar seu conhecimento geológico”, explica o professor Aguinaldo.
O projeto contará com um investimento de R$ 1,7 milhão, oriundos da participação especial conforme a Lei Nº 9478/97, que regula a política energética nacional. “Esses recursos serão usados para comprar equipamentos, financiar bolsas, cobrir diárias, combustíveis, passagens e contratar empresas especializadas em sondagens e recuperação de testemunhos”, afirma Silva.
Além de Aguinaldo, a equipe inclui os professores Hudson de Azevedo Macedo, Patrícia Colombo Mescolotti e Sandra Garcia Gabas, além de colaboradores de instituições como a Universidade Federal de Mato Grosso e a Universidade Estadual de Campinas. “O grupo é formado por pesquisadores experientes que já atuam na região e participam de diversos projetos na Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico”, ressalta.
A pesquisa será dividida em cinco etapas, que incluem reuniões de apresentação, levantamento bibliográfico, estruturação de um banco de dados e trabalho de campo para coleta de amostras sedimentares até 300 metros de profundidade. “Essas amostras passarão por análises laboratoriais. Cada pesquisador terá um papel específico em cada fase, garantindo que as atividades sejam colaborativas”, detalha.
O projeto, com duração de 18 meses, fornecerá dados essenciais sobre as camadas sedimentares, permitindo uma melhor compreensão da evolução geológica da Bacia do Pantanal, além de avaliar seu potencial energético e a dinâmica sedimentar atual, afetada pelo recente aumento na deposição de sedimentos. “Esse trabalho também irá contribuir para a formação de recursos humanos, incluindo bolsas de pós-doutorado”, destaca Silva.
O professor expressa otimismo em relação aos resultados. “Com a produção da Carta Estratigráfica, teremos a chance de expandir nosso entendimento sobre a Bacia Sedimentar do Pantanal ao longo do tempo geológico. É uma satisfação imensa ver este projeto aprovado, pois nos permitirá realizar coletas em poços profundos, concretizando um sonho de longa data”, conclui.
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