A produção de absorventes descartáveis realizada pelas reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante recebeu reforço de mão de obra que já refletiu no aumento da quantidade fabricada, passando de 600 para 800 unidades por semana.
Os absorventes são entregues às alunas da rede pública de ensino, garantindo dignidade e combate à pobreza menstrual para as mulheres dentro e fora do presídio.
Inicialmente a fábrica contava com o trabalho de seis mulheres que cumprem pena no local, e agora já são oito funcionárias com previsão de chegar a dez até o fim do mês.
No início da parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Brilhante, há um ano, a produção era inferior a 600 absorventes por semana, mas com a linearidade do trabalho atualmente supera a meta.
“A gente tinha expectativa de produzir 600 unidades, mas no começo era menos do que isso, porque foi necessário acertar a turma, elas precisaram de prática. Agora o trabalho está fluindo bem e temos previsão de gradativamente aumentar ainda mais. Também estamos embalando os pacotes com oito absorventes”, explicou Luciana Freitag, diretora do presídio – em substituição – e responsável pela área de trabalho da unidade.
O projeto entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), que possibilita a mão de obra das internas, e a prefeitura de Rio Brilhante, que fornece as máquinas e insumos para a produção, já tem resultados positivos e planos de expansão.
A expectativa é que a produção mensal, que era inferior a 2 mil unidades, chegue a 3,2 mil ainda este ano.
A cada semana uma parte da produção é destinada para o uso das reeducandas e o restante é entregue nas escolas de Rede Municipal de Ensino, garantindo que as alunas do 7° ao 9° ano do ensino fundamental consigam frequentar as aulas durante o período menstrual.
Ação
O programa “Fluxo da Igualdade”, que promove a conscientização e a dignidade menstrual no município de Rio Brilhante será oficialmente lançado amanhã (11), na Câmara Municipal.
A iniciativa promove o trabalho dentro do sistema penitenciário, mas também enfrenta a pobreza menstrual. Relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) aponta que uma em cada quatro brasileiras não tem acesso a absorventes, e que estudantes (mulheres) perdem até 45 dias letivos por ano devido à falta de itens básicos e adequados de higiene íntima.
Além disso, a ausência de uma higiene menstrual adequada pode comprometer a saúde das pessoas que menstruam, aumentando o risco de infecções causadas pelo uso de formas alternativas de absorventes, como trapos de pano, jornais ou até mesmo miolos de pão.
O programa “Fluxo da Igualdade”, além de distribuir absorventes nas escolas, realiza rodas de conversa e palestras informativas sobre dignidade menstrual e saúde em parceria com outras instituições. Essas ações visam conscientizar a população sobre a importância da higiene menstrual e seus impactos na vida das mulheres.
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