Consolidado como um marco na saúde pública brasileira em 2024, levando assistência e inovação para comunidades ribeirinhas do Pantanal, o Projeto NAVIO (Navegação Ampliada para a Vigilância Intensiva e Otimizada) finalizou sua terceira missão no início deste mês.
A iniciativa percorreu o trajeto de Ladário a Porto Murtinho, levando assistência médica, odontológica, vacinação, exames e ações de vigilância em saúde em uma abordagem de saúde única. A expedição abrangeu quatro portos estratégicos das comunidades ribeirinhas de Forte Coimbra, Porto Esperança, Porto Morrinho e Porto da Manga. Com a inclusão de novas tecnologias e parcerias, o Projeto NAVIO amplia o alcance das ações e a coleta de dados para fortalecer o monitoramento da saúde pública na região, em pesquisas com foco nas mudanças climáticas.
Realizado por meio de uma parceria entre a SES/MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul), Marinha do Brasil, Fiocruz Minas (Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais) e SES/MT (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso), o Projeto NAVIO tem como objetivo estudar, monitorar e melhorar a saúde das comunidades do Pantanal, analisando patógenos que afetam a saúde humana, animal e ambiental. A iniciativa é pioneira no país, integrando tecnologia, pesquisa e atendimento direto.
Para o pesquisador da Fiocruz Minas, idealizador e coordenador do Projeto NAVIO, Dr. Luiz Alcântara, o projeto tem o objetivo de atender as populações ribeirinhas da região, investigando em escala de Saúde Única e, dessa maneira, dando suporte às doenças causadas por patógenos nessas populações, analisando como as mudanças do clima estão alterando as doenças, as emergências e reemergências patológicas. “Esse é um projeto One Health – Saúde Única – que visa não somente investigar os patógenos emergentes e reemergentes nessas populações, mas também os patógenos que estão nos animais, no meio ambiente (água e esgoto), nos vetores (mosquitos e carrapatos) e bem como no ambiente em que essas populações convivem”.
De acordo com o coordenador do Projeto, estão sendo desenvolvidas nos laboratórios análises para diagnóstico, mapeamento genético de patógenos e vigilância da qualidade da água, incluindo água residual e do rio. Também são coletadas amostras de vetores, de animais silvestres e domésticos. O objetivo é atender as comunidades ribeirinhas do Pantana fornecendo resultados de exames que facilitem o diagnóstico clínico e a terapia adequada.
“Como idealizador do projeto, vejo sua importância nas parcerias e no impacto positivo na qualidade de vida dessas comunidades. Além do diagnóstico, promovemos educação em saúde, ensinando como prevenir doenças relacionadas a patógenos (vírus, bactérias e protozoários) e a importância de cuidar do meio ambiente. Com as mudanças climáticas, os vetores estão se deslocando para áreas isoladas, aumentando o risco de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Portanto, é fundamental que eles aprendam a evitar água parada, bem como saber como tratar a água para o consumo, além de adotarem práticas sustentáveis na agricultura e uso da terra. Isso não só ajuda na prevenção de doenças, mas também promove a sustentabilidade”, afirma Luiz Alcântara.
Deixe um comentário