A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começou na última segunda-feira (7) nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com a meta de imunizar 90% do público-alvo. A ação é voltada principalmente para idosos, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e puérperas, além de outros grupos prioritários.
O Ministério da Saúde alerta para a importância da vacinação nesse período, já que o vírus influenza circula com mais intensidade durante o outono e o inverno nessas regiões. No segundo semestre, a imunização será realizada na Região Norte, durante o chamado “inverno amazônico”, que ocorre de dezembro a maio.
Apesar dos esforços do governo e das autoridades de saúde, a desinformação nas redes sociais ainda representa um desafio para alcançar a cobertura vacinal ideal. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, reforça que fake news podem ser tão perigosas quanto a própria doença.
“Informação falsa, às vezes, é mais letal do que a própria doença”, alerta a médica. “Algumas pessoas deixam de se vacinar por acreditarem em boatos e, assim, continuam vulneráveis — o que pode levar até à morte.”
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra a gripe pode reduzir de 60% a 70% os casos graves e os óbitos provocados pelo vírus.
Autoridades dão exemplo na imunização
O lançamento da campanha foi marcado por um ato simbólico: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin foram vacinados contra a gripe durante uma cerimônia na inauguração da Fábrica da Novo Nordisk, em Montes Claros (MG). A aplicação foi realizada pela médica da presidência, Dra. Ana Helena Germoglio, na presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Desmentindo os mitos: o que é verdade sobre a vacina da gripe
1. “A vacina pode causar gripe” — FALSO
A vacina utiliza vírus inativado (morto), incapaz de causar a doença. O que ocorre é que outros vírus respiratórios circulam na mesma época — como rinovírus e vírus sincicial respiratório — e podem ser confundidos com a gripe. Além disso, leva cerca de duas semanas para o corpo desenvolver proteção após a aplicação. Nesse período, a pessoa ainda pode ser infectada.
2. “A vacina não é segura para idosos” — FALSO
A vacina contra a gripe é uma das mais seguras disponíveis. Tanto é que imunossuprimidos e transplantados são vacinados com ela pouco tempo após seus procedimentos. Por conter vírus inativado e fracionado, o imunizante é seguro para qualquer faixa etária ou condição de saúde, inclusive para pessoas com comorbidades.
3. “A vacina não impede o contágio, então não funciona” — FALSO
Embora a vacina não impeça totalmente o contágio, ela é altamente eficaz na prevenção de formas graves da doença e de mortes. Mesmo que a pessoa vacinada contraia o vírus, as chances de internação e complicações graves são significativamente menores.
4. “A gripe é uma doença simples, não precisa de vacina” — FALSO
A gripe pode evoluir para pneumonia, agravar doenças crônicas e levar à morte, especialmente em idosos, crianças e pessoas com problemas de saúde. Por isso, a vacinação é essencial para prevenir casos graves.
5. “Misturam a vacina da gripe com a da Covid” — FALSO
Vacinas não são misturadas. Cada uma tem sua fórmula, dose e finalidade específicas. Vacinas combinadas só existem quando são desenvolvidas e testadas em laboratório, com aprovação de órgãos reguladores. A vacina da gripe é aplicada de forma independente e segura.
Vacina atualizada contra as novas cepas
Todos os anos, o imunizante é atualizado para proteger contra os três tipos mais circulantes do vírus influenza.
Em 2024, a vacina protege contra os subtipos A (H1N1 e H3N2) e B. Por isso, mesmo quem se vacinou no ano anterior deve se imunizar novamente.
Quem deve se vacinar: público-alvo da campanha
Idosos com 60 anos ou mais
Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
Gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto)
Povos indígenas
Pessoas em situação de rua
Portadores de doenças crônicas e condições clínicas especiais
Pessoas com deficiência permanente
População privada de liberdade (incluindo jovens e adolescentes)
Profissionais das Forças Armadas
Profissionais das áreas de saúde, educação, segurança, transporte coletivo e portos
Para se proteger e proteger os outros, procure a unidade de saúde mais próxima e vacine-se. A gripe é uma doença séria — e a vacina, sua melhor defesa.
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