sábado , 10 de maio de 2025
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Acusado de matar mulher, em Sidrolândia, é absolvido por júri após erros durante investigação

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Luciene ao lado de Airton, réu por feminicídio (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)
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Airton Barbosa Louriano, acusado de matar a companheira Luciene Braga, de 50 anos, foi absolvido em Sidrolândia. O júri entendeu que não havia provas suficientes para condená-lo por feminicídio e que houve falhas na investigação policial.

O crime aconteceu na madrugada de 3 de janeiro de 2024. Segundo a acusação, Airton teria espancado Luciene até a morte. Durante a sessão de julgamento, na quarta-feira (7), a promotoria usou como base boletins de ocorrência anteriores, ferimentos nas mãos do acusado e o depoimento de uma comerciante, que afirmou que a vítima não teria saído do alojamento naquela noite. Para os investigadores, a negativa de Airton sobre a autoria do crime seria falsa.

A defesa, no entanto, conseguiu convencer os jurados de que não havia provas diretas ligando o réu ao assassinato. Os advogados argumentaram que Airton foi quem socorreu a companheira, levou-a ao hospital e chamou a polícia — atitudes consideradas incompatíveis com a intenção de matar.

Além disso, os advogados mostraram que o local onde o casal morava não tinha sinais de luta nem objetos que pudessem ter sido usados na agressão. Laudos também indicaram que os ferimentos de Luciene sugerem a ação de mais de uma pessoa e que ela pode ter sido imobilizada.

As advogadas Herika Ratto e Fernanda Bourdokan apresentaram registros do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) comprovando que os machucados nas mãos de Airton eram antigos, além de apontarem a falta de perícia na cena do crime e o uso de apenas um depoimento para tentar sustentar a acusação.

Durante o julgamento, o advogado Alex Viana criticou a investigação. “O grande problema deste processo é que os verdadeiros autores sequer foram investigados”, afirmou.

Ao final, os jurados decidiram que não houve intenção de matar e aceitaram a tese da “desistência voluntária” — quando o autor desiste de seguir com o crime, como ao socorrer a vítima. Com isso, o crime foi desclassificado e o caso deixará o Tribunal do Júri, passando a ser analisado por um juiz comum, que poderá decidir sobre outras possíveis responsabilidades de Airton.

A decisão gerou questionamentos sobre a qualidade da investigação e abriu espaço para novas apurações sobre o caso.

 

Advogados e promotoria durante o julgamento de Airton, na quarta-feira, em Sidrolândia (Foto: O Garantista)

Entenda o caso

Preso em flagrante pela morte da esposa, Airton Barbosa Louriano, 45 anos, negou o crime e alegou que Luciene Braga Morale, 50 anos, foi vítima de assalto quando saiu para comprar cerveja. O caso aconteceu na manhã do dia 3 de janeiro do ano passado, no Bairro Jardim Paraíso, em Sidrolândia.

Luciene deu entrada no Hospital Elmíria Silvério Barbosa já morta e com sinais de espancamento. A Polícia Civil foi chamada pelo médico e durante as investigações conseguiu identificar o suspeito como sendo o esposo da vítima. Airton foi então levado para a delegacia da cidade, onde o caso foi registrado como feminicídio.

Em depoimento, Airton negou o crime. À polícia, ele relatou que Luciene teria saído do alojamento onde ambos pernoitavam para comprar cerveja e cigarros em uma conveniência na região, mas acabou sendo vítima de assalto e que os autores seriam usuários de drogas.

No entanto, a versão não se confirmou, já que testemunhas que pernoitavam e trabalhavam no mesmo local que o casal não confirmaram a versão. Além disso, no cômodo onde eles passavam a noite, os policiais encontraram uma blusa masculina e um lençol ensanguentados. Airton também tinha ferimentos nas mãos e não soube explicar como teria se machucado.

 

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