sexta-feira , 20 de setembro de 2024
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Brasil: Mulher vai a hospital no Rio para dar à luz e sai com mão amputada

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Família busca explicações sobre o que levou à amputação. Paciente teve hemorragia após o nascimento de bebê. Ela conta que sentiu muita dor em acesso venoso pela mão.

Mulher é internada para dar à luz e tem mão e punho amputados no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/ TV Globo

Família busca respostas

Uma mulher de 24 anos foi a um hospital para dar à luz e teve a mão e punho esquerdos amputados. A família conta que não sabe o que aconteceu e cobra uma resposta da unidade de saúde.

“Para mim, está sendo um recomeço. Porque eu estou me refazendo. Eu tive a minha mão por 24 anos. Fui apenas ganhar um bebê e voltar sem ela, para mim, foi um pouco estranho. Para qualquer pessoa”, contou a mulher, que não quis ter a identidade divulgada.

A mulher estava com uma gestação de 39 semanas quando deu entrada no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro do ano passado. O bebê nasceu no dia seguinte, de parto normal, pesando um pouco mais de 3 kg.

A paciente teve uma hemorragia depois do parto. Segundo os familiares da jovem, por causa da complicação, os médicos decidiram criar um acesso venoso na mão dela para introduzir a medicação. Mas, durante o procedimento, a jovem relata que começou a sentir muita dor e incômodo no membro.

Mão roxa e inchada

Logo depois, a mão foi ficando roxa e inchada. O quadro de saúde da jovem foi se agravando, e os médicos decidiram transferi-la para outro hospital da mesma rede, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

“A mão da minha filha estava ficando roxa e muito inchada. E aí perguntei o que iam fazer com aquilo. A única coisa que estavam fazendo é uma bolsa com gel, botava no micro-ondas, esquentava, e dava para ela. E a minha filha reclamando que estava queimando”, afirmou Kelly Cristina dos Santos, mãe da paciente.

Três dias após o nascimento da bebê, ela e os familiares receberam a notícia de que a mulher teria que amputar a mão.

“A porcentagem seria mínima dela sobreviver. Seria 95% de não ter a mão, deles terem que amputar, e de 5% de reverter o caso. Mas, infelizmente, esses 95% venceram”, disse a mãe da jovem.

O hospital lamentou o ocorrido e disse que está apurando o caso.

Família busca respostas

Longe do bebê, a mulher passou 17 dias internada. Até hoje, a família busca uma resposta do hospital e tenta entender o que aconteceu.

“Até hoje, é um mistério. Ela entrou lá e saiu sem uma parte do corpo, sem a mão”, contou a mãe.

A paciente afirma que sofre com as consequências da amputação.

“Eu perdi a oportunidade de ver meu filho nos primeiros dias. De amamentar. Meu peito ficou produzindo leite por três dias, mas é como se eu tivesse tido um aborto”, disse a paciente.

A advogada que cuida do caso afirma que já entrou na Justiça contra a unidade de saúde.
“Isso foi uma sequência de erros que devem ser todos apurados, nas esferas criminal, administrativo e cível. Vamos pedir as reparações de que tem a responsabilidade civil: dano estético, dano moral e material. E vamos fazer um levantamento da parte da imprudência, negligência e imperícia, que é a parte criminal”, destacou a advogada Monalisa Gagno.
A paciente tenta se adaptar à nova realidade para cuidar dos três filhos.
“Não posso dar banho no meu neném. Não pude amamentar o meu neném. Tem certas coisas que eu não posso fazer com ele, que eu já tinha feito com os meus dois outros filhos”, disse a jovem.

Mulher busca respostas sobre amputação da mão esquerda durante internação para ter bebê — Foto: Reprodução/ TV Globo
Mulher busca respostas sobre amputação da mão esquerda durante internação para ter bebê — Foto: Reprodução/ TV Globo

O que diz o hospital

Por meio de nota, o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá afirmou que se solidariza com a vítima e lamenta o ocorrido. A unidade afirmou ainda que vai apurar o caso e os procedimentos adotados durante o atendimento da jovem e disse estar à disposição para esclarecimentos.

A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 41ªDP (Tanque) como lesão corporal culposa, que está ouvindo testemunhas e que pediu os documentos médicos para ajudar nas investigações.



Por G1

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