Advogado de José Roberto de Souza, 53, tentará provar que cliente não agiu por “motivo fútil”
Não foi só uma discussão por uma dívida de R$ 600 que levou o policial militar reformado, José Roberto de Souza, de 53 anos, a atirar para matar o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, durante uma audiência no Procon em Campo Grande. É o que tentará provar a defesa.
Antes de entrar para as primeiras audiências da ação penal que julgará o PM aposentado, o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa explicou quais serão alguns de seus argumentos ao longo da instrução e julgamento do processo. “A acusação fala em crime qualificado, por motivo fútil, o que não é verdadeiro. E que o José Roberto agiu de surpresa, contra um homem desarmado, o que impossibilitou a defesa da vítima, o que também não é verdade. Vamos demonstrar que a discussão começou muito antes daquele dia. Não se tratava de uma dívida de R$ 600. Isso foi só o gatilho. Vamos trazer as formas discriminatórias pelas quais ele foi tratado”.
José Roberto Rodrigues da Rosa, advogado do PM reformado, em entrevista. (Foto: Alex Machado)
O advogado afirma ainda que o empresário se referiu à vítima como “policinha” e “neguinho”, mas que só o depoimento do cliente dele poderá mostrar se os apelidos pejorativos dados por Antônio Caetano a José Roberto foram determinantes para que ele matasse o rival. “As coisas fugiram do controle, mas ele não foi ao Procon com a intenção de matar. Estava armado na audiência de sexta [anterior] e foi armado na segunda. Algo aconteceu que despertou esse gatilho”.
Outra estratégia da defesa será mostrar que o PM tem problemas psiquiátricos. Ele faz uso de antidepressivos e foi reformado (afastado definitivamente do trabalho) por esse motivo. “Ele está fazendo acompanhamento com psiquiatra semanal, mas queremos saber qual era a situação psiquiátrica dele no dia do crime. Laudo de avaliação preliminar deve ser anexado aos autos ainda esta semana”.
Para a tarde desta segunda-feira (3), foram convocadas as sete testemunhas de acusação e seis arroladas pela defesa. Se todas forem ouvidas, o réu também será interrogado em juízo. O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, conduz os trabalhos.
O crime – Na manhã de 13 de fevereiro, no Procon, localizado na Rua 13 de Junho, Centro de Campo Grande, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, 67, foi morto a tiros por José Roberto. Os dois participavam de uma audiência de conciliação sobre direito do consumidor. No local, foram ouvidos três disparos e a vítima levou um dos tiros na cabeça.
José fugiu a pé e só foi preso em 16 de fevereiro, quando se apresentou na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.
– CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
Deixe um comentário