sexta-feira , 22 de novembro de 2024
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Delator rebate Vanda: “ela me contratou” e “esquema bancou cartões de crédito” da prefeita

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Tiago Basso da Silva, delator da Operação Tromper, rebateu: fui contratado por Vanda Camilo e secretários pagavam cartões de crédito de prefeita (Foto: Arquivo)

O ex-servidor público municipal de Sidrolândia, Tiago Basso da Silva, em entrevista exclusiva para O Jacaré rebateu as gravações feitas pela candidata à reeleição, Vanda Camilo (PP). Conforme o delator da Operação Tromper, a prefeita o contratou para o setor de licitações logo após assumir o cargo em janeiro de 2021, já que foi demitido pelo antecessor, Marcelo Ascoli.

“Eu acho impossível ela não saber nada do que acontecia, inclusive porque ela era uma das beneficiadas pelo esquema”, ressaltou o delator. Em seguida, ele destacou que o “esquema de desvios de recursos públicos da prefeitura” era responsável por pagar o cartão de crédito da prefeita.

“O cartão de crédito era pago pelo Claudinho (Serra, genro da progressista e então secretário municipal de Fazenda) em um mês, o outro pelo Pitó. Os secretários tinham a obrigação de pagar o cartão, por isso, eu acho impossível ela não saber de nada”, rebateu Tiago Basso da Silva. Pitó é o ex-secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Alves, conhecido como Pitó.

“Ela tinha reuniões secretas, só ela e o Claudinho Serra, quase que diariamente”, afirmou o delator, revelando os encontros da prefeita com o genro, que foi apontado pelo Ministério Público Estadual de ser o chefe da suposta organização criminosa criada para desviar uma fortuna do município.

Tiago contou que o “esquema” pagou o aluguel de tendas e festas para acompanhar os jogos do Brasil na Copa do Mundo na residência da prefeita, na qual tinha a participação de vereadores. Também houve o pagamento de “cervejadas” na casa de Vanda Camilo.

O delator conversou por meio do advogado Wellison Machiutti Hernandes. O Jacaré encaminhou os questionamentos e ele respondeu, por meio do defensor, em mensagens encaminhadas pelo aplicativo WhatsApp.

Outro ponto, já revelado como um dos pontos da delação premiada homologada pelo Tribunal de Justiça, é que a empresa de José Carlos Rocamora era responsável por fazer a manutenção e limpeza do ar condicionado na casa da prefeita, mas o pagamento era realizado pelo município.

“A Vanda não conseguia viver com o salário dela”, contou, revelando que o esquema também bancava os gastos particulares da chefe do Executivo.

Prefeita contratou Tiago Basso 11 dias após assumir o cargo de prefeita de Sidrolândia (Foto: Divulgação)

Contratação

Em um vídeo divulgado nas redes sociais e nos grupos de aplicativos, Vanda Camilo acusou Tiago Basso de ser “fruta podre” e de ter sido contratado pelo antecessor. Conforme a progressista, ele fez parte da armação para desgastá-la na opinião pública de Sidrolândia.

“Eu fui exonerado pelo Marcelo Ascoli no último diz de dezembro”, relembrou o ex-servidor. Ele ocupou três cargos na gestão do antecessor: assessor especial, chefe do setor de licitações e depois da Divisão de Compras e Licitações.

“Eu não estava na prefeitura quando ela assumu como interina”, revelou. Vanda Camilo o contratou como chefe do setor de licitações no dia 11 de janeiro de 2021, com gratificação de 100% para o subsídio chegar a R$ 3,6 mil por mês.

Outro ponto contestado é de que a prefeita o demitiu após a deflagração da Operação Tromper, no dia 23 de maio de 2023. “Mentira”, rebateu. Tiago Basso contou que os investigados foram afastados administrativamente, mas não houve a formalização da medida. Ele apenas foi comunicado para ficar em casa.

Vanda só o demitiu após ele ser preso no dia 21 de julho do ano passado, quando houve a deflagração da 2ª fase da Operação Tromper. “Quando fui preso, daí ela me exonerou”, relembrou.

Ele ainda rebateu a prefeita que disse ter demitido, inclusive, o genro do cargo de secretário municipal de Fazenda. Tiago Basso contou que Claudinho veio para a Capital na sexta-feira seguinte à deflagração da 1ª fase da Operação Tromper e articulou para assumir a vaga de vereador na semana seguinte. Então, ele pediu exoneração do cargo para assumir o mandato no legislativo municipal.

Ao ser questionado sobre a delação premiada, na qual comprometeu a prefeita, Tiago Basso se limitou a enfatizar que o caso está sob sigilo. “O que foi dito sobre ela (a prefeita), foi dito à Justiça”, apontou. Ele afirmou que espera as providências que serão tomadas pelo chefe do MPE, Romão Ávila Milhan Júnior, que tem competência para investigar Vanda Camilo.

Delação contra a prefeita foi homologada em dezembro do ano passado e depende do chefe do MPE, Romão Ávila Milhan Júnior (Foto: Arquivo)

Prefeita liga delator ao adversário

Por meio da assessoria de imprensa, a prefeita encaminhou a nomeação de Tiabo Basso em 2019 – fato confirmado pelo delator. No entanto, ela não respondeu sobre a recontratação ocorrida em janeiro, quando assumiu o cargo de prefeita.

A assessoria ainda apontou que Tiago Basso da Silva é primo do candidato a prefeito Rodrigo Basso (PL). E acusou o advogado Wellison Hernandes de ser um dos coordenadores da campanha do seu adversário. No entanto, não respondeu sobre as acusações feitas pelo ex-servidor.

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