Três vezes premiê da Itália e dono de uma forte imagem política no país, Berlusconi colecionou polêmicas e momentos marcantes durante a vida. Italiano morreu nesta segunda-feira (12), aos 86 anos.
O bilionário e ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi morreu nesta segunda-feira (12), aos 86 anos.
Quatro vezes premiê da Itália e dono de uma forte imagem política no país, Berlusconi colecionou polêmicas e momentos marcantes durante a vida.
Nascido em 1936 em Milão, Silvio Berlusconi chegou a trabalhar como cantor (“crooner”) em um navio de passageiros quando ainda era jovem para ajudar a pagar seus estudos. Ele se formou em direito.
Após alguns empreendimentos comerciais pequenos, o italiano entrou definitivamente no ramo da construção civil no final da década de 1960, quando se envolveu em um projeto para construir quase 4 mil flats em uma área próxima a Milão.
Com os negócios avançando no setor, na década de 1970 Berlusconi resolveu investir na área da comunicação e abriu a Telemilano, uma empresa de TV a cabo, além de comprar dois canais de cabo na tentativa de quebrar o monopólio da TV estatal.
Em 1978, os canais foram incorporados ao seu recém-formado grupo Fininvest, que incluía lojas de departamento, companhias de seguro e o time de futebol AC Milan, um dos clubes com maior estrutura no mundo e que vivia um período de crise naquele momento.
Em 30 anos à frente do clube, Berlusconi reinventou os métodos internos e fez com que a equipe conquistasse dezenas de títulos, entre eles a Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes.
Principalmente a partir da década de 1990 o Milan passou a ter relações bem próximas com o Brasil. Diversos jogadores passaram pelo elenco vitorioso, entre eles nomes como os de Cafu, Leonardo, Dida e Kaká.
No começo da última década, o brasileiro Alexandre Pato, que atuava pela equipe, chegou a namorar Bárbara, uma das filhas de Berlusconi.
Vida política
Apenas em 1993 Berlusconi ingressou na política e formou seu próprio partido, o centro-direitista Força Itália, e já no ano seguinte foi eleito primeiro-ministro pela primeira vez. No entanto, uma disputa com sua coalizão de direita e denúncias de fraude o fizeram deixar o cargo apenas sete meses depois.
Ele retornaria ao posto com a vitória de sua coalizão nas eleições legislativas de 2001. Em 2003, o premiê assumiu também a presidência da União Europeia, no período que coube à Itália no sistema de rodízio.
Após ser derrotado em 2006 por Romano Prodi, Berlusconi tornou-se primeiro-ministro da Itália pela terceira vez em 2008, depois de permanecer dois anos fazendo oposição ao governo. Aos 71 anos, ele venceu o pleito ao reinventar seu partido, criando o PDL, no qual integrou sua legenda de origem, o Força Itália, e a direitista Aliança Nacional.
Em 2010, em meio à grave paralisia econômica e aos escândalos sexuais que eclodiam em sequência, o premiê perde o apoio de um dos seus principais aliados, o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, além de quatro dos seus principais ministros, que pedem demissão.
Escândalos sexuais
Um dos principais escândalos envolvendo Berlusconi foi uma acusação, em 2010, de que ele teria feito sexo com uma dançarina marroquina de 17 anos, Karima El Mahroug, também conhecida como “Ruby, a ladra de corações”. Em seu livro biográfico, ele nega que isso tenha acontecido: “Sempre disse que nunca toquei em Ruby”.
Ruby negou ser prostituta e retirou as acusações feitas a Berlusconi. Na época, ela afirmou que Berlusconi deu a ela 60 mil euros por “generosidade”. Ele, porém, afirmou que foram 45 mil euros, destinados à compra de um aparelho de depilação. Ele disse que Ruby se tornaria sócia de um negócio com uma amiga.
Em 2013, Berlusconi foi considerado culpado por abuso de poder e por usar sua influência para tentar liberar Ruby. Ele também foi tido como culpado por ter pago por sexo com uma menor de idade, sendo condenado a sete anos de prisão e impedido de ocupar um cargo público novamente. Entretanto, ele acabou absolvido dos crimes no ano seguinte depois que entrou com um recurso.
‘Bunga-Bunga’
Um dos períodos de reviravolta na vida política de Berlusconi foi em 2011, quando investigações dos jornais locais revelaram uma série de festas eróticas das quais ele fazia parte.
Uma das alegações dos jornais dizia que Berlusconi teria feito sexo com 33 mulheres em um período de dois meses. Essas festas ficaram conhecidas como “bunga-bunga”.
Em seu livro, Berlusconi diz que, na verdade, era uma piada contada por Muammar Khadafi, ex-ditador da Líbia deposto em 2011.
Influência na política italiana
Apesar de não ocupar o posto mais alto da política Italiana desde 2011, Berlusconi ainda tem grande influência nos bastidores do Congresso.
Na última eleição, o Força Itália, partido de Berlusconi, firmou uma parceria com a atual premiê Giorgia Meloni. 8,1% do parlamento corresponde ao partido.
Por G1
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