A quinta grande fábrica do setor florestal em Mato Grosso do Sul deve se instalar no ‘Vale da Celulose’ a partir de 2025, mas já impõe à região um ar de prosperidade e perspectiva de crescimento. Diante do atraente panorama, o governador Eduardo Riedel inicia nesta quarta-feira (26) visita às instalações da Arauco, no Chile – a empresa vai investir US$ 3 bilhões, cerca de R$ 14 bilhões na cotação atual, para ativar a planta sul-mato-grossense.
Prevista para ser erguida no município de Inocência, nas proximidades do rio Sucuriú, a indústria deve gerar 12 mil empregos durante o pico das obras, com previsão para entrar em operação no primeiro trimestre de 2028. Posteriormente, 1,8 mil postos de trabalho devem ser voltados para atuação na área florestal, enquanto outros 550 serão na operação da planta.
Com perspectiva de explorar 285 mil hectares de eucaliptos, a Arauco possui terras em Inocência e em municípios lindeiros, o que vai de pronto suprir a demanda da unidade. Essa é a primeira planta de celulose da empresa no Brasil, já havendo cinco delas no Chile.
Outro dado referente ao novo empreendimento é a sua capacidade de produção anual: 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada. Haverá ali baixo consumo de água, baixas emissões, baixo ruído e mínima geração de resíduos.
Em janeiro deste ano, o diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da Arauco, Mário José de Souza Neto, visitou Mato Grosso do Sul e o governador Eduardo Riedel. O encontro aconteceu na governadoria e foi acompanhado pelos secretários estaduais Jaime Verruck (Meio Ambiente e Desenvolvimento) e Eduardo Rocha (Casa Civil), além do prefeito de Inocência, Toninho da Cofap, técnicos do projeto e demais lideranças locais.
“Discutimos as contrapartidas do Estado, estradas, pavimentação, linha férrea, fibra ótica, que tem que chegar à empresa, todas as ações que o Estado tem que fazer para viabilizar esse, que é um dos maiores investimentos privados do Brasil, e que começa a partir de já, esse ano, a área florestal, que é a base de produção para empresa de celulose. Então, a gente entrega no dia a dia as ações do Governo para viabilizar essa unidade”, disse à época o governador.
Já Souza Neto demonstrou confiança no projeto e na cooperação do Governo de Mato Grosso do Sul para que todo o planejamento seja executado sem sobressaltos. “Temos certeza de que esse projeto vai trazer desenvolvimento econômico, social, e uma pegada altamente sustentável na forma de gerir e executar os projetos aqui no Estado, fazendo com que Mato Grosso do Sul se consolide realmente como o Vale da Celulose”, declarou o gestor.
Arauco em MS
A Arauco Brasil possui no País hoje unidades em Piên, Ponta Grossa e Jaguariaíva, cidades do Paraná, e em Monte Negro, no Rio Grande do Sul, além de manter em Araucária – município na região metropolitana de Curitiba – uma planta química industrial de resinas e outros produtos para comercialização e abastecimento de unidades.
Em Mato Grosso do Sul, a Arauco já possui a Mahal, empresa florestal que tem mais de 60 mil hectares de florestas cultivadas em seis cidades na costa leste sul-mato-grossense: Inocência, Água Clara, Três Lagoas, Aparecida do Taboado, Selvíria e Chapadão do Sul.
A nova fábrica de celulose, que começa a ser erguida em 2025, terá proposta de alta eficiência energética, criando um excedente de energia elétrica de 200 mW oriundo de biocombustível em forno de cal, a biomassa gaseificada. Além disso, o local de sua instalação é estratégico: a 50 km da área urbana de Inocência, na margem esquerda do rio Sucuriú e a 100 km do rio Paraná, tudo isso a 4 km da MS-377 e a 47 km da ferrovia de bitola larga.
Vale da Celulose
Mato Grosso do Sul já é um dos principais polos de produção de celulose do mundo e vai se fortalecer ainda mais no setor agroflorestal com a chegada de novos investimentos. Atualmente, três indústrias da área estão ativas em Três Lagoas e um quarto empreendimento, com valores que giram entre R$ 15 bi e R$ 20 bi, está se instalando em Ribas do Rio Pardo.
Fora esses investimentos, a região conhecida como o Bolsão sul-mato-grossense também receberá aporte de R$ 8,5 bilhões da espanhola Solatio, que vai construir 3,5 mil hectares com painéis solares capazes de gerar 2,5 gigawatts de energia elétrica – mais uma iniciativa que vai de encontro com a economia sustentável pregada pela gestão de Eduardo Riedel, pautada nos pilares de geração de renda e empregos, produção de energia limpa e crédito positivo de carbono.
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