Assassino planejou matar ex-namorada dias antes do crime; ele se entregou para a polícia no domingo (30)
O assassino de Luan Roberto de Oliveira, de 24 anos, e que atirou na ex-namorada no Jardim Monumento, em Campo Grande, na madrugada do último domingo (30), teria premeditado matar a mulher quatro dias antes do crime. A informação foi dada ao Midiamax pelo advogado Caio Moura, que representa o atirador.
De acordo com o advogado, antes de se entregar para a polícia, o assassino contou que dias antes de atirar contra Luan e a ex-namorada teria visto os dois se beijando em frente da casa dela e que, a partir desse dia, começou a planejar a morte da ex-companheira de 22 anos. A versão se diverge do relato das famílias das vítimas, que afirmam que os dois eram só amigos.
O rapaz ainda teria dito ao advogado que, como tinha cinco balas, o plano era usar duas na mulher e as três restantes em si mesmo e que, inicialmente, não planejava matar Luan. A arma usada para cometer o crime foi comprada de um desconhecido há muito tempo e ninguém tinha conhecimento da pistola porque era guardada em um quarto onde ninguém entrava.
O advogado ainda contou que o autor do crime tinha esperanças de reatar o relacionamento que durou seis meses e que tinha sido rompido há cerca de uma semana.
No dia do assassinato, ele mandou por três vezes mensagens perguntando para a ex-namorada se estava se relacionando com outra pessoa e ela negou. Porém, ainda conforme o relato do advogado, o suspeito supostamente teria visto ela com Luan, considerou a atitude “desonesta” e continuou com o plano de assassiná-la.
O homem, então, foi até a casa dela para esperá-la. Quando viu o casal, se aproximou e apontou em direção à ex-namorada, atirou na jovem e Luan reagiu perguntando: “o que é isso?” Em seguida, ele atirou no tórax de Luan e atirou novamente na ex-namorada. Luan morreu no local e a mulher segue internada em estado gravíssimo na Santa Casa (veja mais detalhes abaixo).
O advogado Caio Moura diz que o cliente contou a ele que não tinha a intenção inicial de assassinar Luan e que se ele tivesse corrido não teria atirado contra ele. A intenção do assassino no início era matar a ex-namorada.
Depois do crime, ele contou que ainda teria tentado se matar, mas as balas “picotaram”, ou seja, falharam no momento do disparo.
Dispensado do Exército
O advogado do autor do crime, Caio Moura, contou ainda que o cliente pediu dispensa do Exército há dois anos por problemas psicológicos depois de ter tentado se matar.
Conforme a explicação do advogado, o assassino tem depressão profunda, porém não tem diagnóstico porque teria passado apenas por uma psicóloga e depois de ter saído do Exército não procurou atendimento com psiquiatra.
Além disso, de acordo com o cliente, o contexto de ter depressão e passar o dia todo no quarto contribuiu para que ninguém entrasse no ambiente e soubesse sobre a arma escondida. Ele se entregou à polícia na noite de domingo (30) e foi interrogado pela delegada Elaine Benicasa.
Caio Moura explicou que deve entrar com pedido de liberdade do cliente e do pai do assassino, já que no sítio dele, onde o autor do crime se escondeu, foi encontrada uma arma modificada. Ele teria alterado uma arma de chumbinho para uma ponto 22 com a finalidade de “proteger” a propriedade.
“Quadro é irreversível”
De acordo com o padrasto da mulher que foi atingida na cabeça e no pescoço, o estado dela é gravíssimo devido ao dano cerebral. A família foi informada pela equipe do hospital, na tarde desta segunda-feira (1º), que ela está cumprindo as etapas do falecimento encefálico.
O protocolo de morte encefálica pode levar de 6 a 48 horas devido aos exames em três etapas que precisam ser feitos: exame clínico, exame de esforço e exame de imagem. No caso da mulher, na terça-feira (2), deve ser concluída a última etapa.
“A informação oficial é que ela continua viva passando pelas etapas de falecimento encefálico. Os médicos fizeram tudo o que poderiam fazer e até eu queria ter mandado áudios em agradecimento aos médicos, tudo o que eles poderiam fazer, eles fizeram, e agora o quadro é irreversível, o dano cerebral é irreversível, só não se sabe a extensão, se tem alguma chance. Se sobreviver, é uma forma de qualidade de vida bem inferior”, lamentou o padrasto ao Midiamax.
“Não deu chance para o meu filho”
Ainda em choque e sem acreditar no que aconteceu com o filho, Luan Roberto de Oliveira, de 24 anos, assassinado a tiros, no Bairro Jardim Monumento, em Campo Grande, quando acompanhava uma amiga em casa, a mãe do rapaz, Ednamar Braga de Oliveira, falou com o Jornal Midiamax nesta segunda-feira (1º).
“Ele chegou atirando e não deu chance para Luan”, falou a mãe, que ainda revelou que após ser ferido com um tiro no tórax, o rapaz pediu para não ligarem para a mãe e sim para a irmã mais velha. Ela disse acreditar na Justiça de Deus, e espera que o assassino pague pelo que fez com o filho dela.
Uma amiga de Luan, Brenda Freitas, falou sobre o rapaz sempre disposto a ajudar as pessoas. “Ele era muito sorridente, sempre disposto a ajudar”, falou a jovem, que não acreditou na morte brutal de Luan. Os dois se conheciam há 9 anos, dos tempos da escola, relatou Brenda. “Não imaginava que seria o último dia que falaria com ele”, disse a jovem.
Ainda no domingo (30), o padrasto de Luan reforçou o relato que os dois eram somente amigos e que trabalhavam em pizzaria na região. Ele ainda revelou que a jovem tinha contado a Luan que estava sendo ameaçada pelo ex-namorado, por isso o rapaz a acompanhou até em casa durante a madrugada. Segundo o padrasto, eles eram apenas amigos e espera por Justiça. “[Luan] estava no lugar errado na hora errada”, lamentou.
Por Midiamax
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