O trabalho de limpeza na casa de José Fernandes da Silva, de 54 anos, conhecido como o ‘acumulador da Rua Planalto’, segue nesta sexta-feira (16). O trecho da Rua Planalto, no bairro TV Morena, continua interditado pelas equipes de limpeza, que já tiraram dois caminhões-caçamba de lixo do local. O homem está preso.
Galinhas, larvas do Aedes aegypti e muito lixo é o que já saiu da casa do ‘acumulador’, na operação de limpeza que deve terminar nesta sexta-feira (16). Equipes da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e Vigilância Sanitária estão no local.
José Fernandes da Silva foi preso em flagrante na terça-feira (13) e a prisão já foi convertida em preventiva. A medida foi tomada após as ações do homem continuarem colocando em risco a integridade e saúde de vizinhos e pessoas que passam pelo local, segundo a polícia.
A delegada titular da Decat, Gabriela Stainler Pacetta, afirma que o proprietário não obedeceu à regularização ambiental, Lei 965, e já havia sido autuado várias vezes, mas ignorava as autuações. Ele foi autuado em flagrante e teve a pena aumentada pelo crime de poluição, devido à situação da casa.
Vizinhos reclamam da situação
Vizinhos acompanharam a movimentação da limpeza desde ontem. Segundo uma moradora próxima, a situação é insustentável há quatro anos. O acúmulo de sujeira exala cheiro e infestação de insetos. Até mesmo galinhas eram deixadas na calçada e dentro da residência.
A presença de lixo, fezes de animais, matagal e até uma tenda instalada para uso de pessoas em situação de rua no local eram reclamações constantes dos moradores da região. De acordo com a vizinha, tudo piorou com as caixas de som, que ele começou a deixar ligadas nas 24 horas do dia com todo tipo de música.
Apesar da limpeza com tratores e caminhões, o local ficou com odor forte de fezes, que se espalha ainda mais com o calor intenso registrado nesta quinta-feira.
Acumulador afirma que situação é forma de protesto
Ao Jornal Midiamax nesta sexta-feira (16), a esposa do acumulador disse que “está se sentindo destruída, a família está sendo destruída”, mas não quis se alongar sobre o assunto. Em julho, José Fernandes disse que a situação é uma forma de protesto contra a prefeitura.
Ele relata que tudo começou em 2006, quando recebeu uma notificação judicial de desapropriação de seu terreno de 1 mil metros quadrados, localizado entre a Rua Rolândia e a Avenida Fábio Zahran.
Segundo ele, a área foi desapropriada para a construção da Avenida Fábio Zahran, que naquela época, era chamada de Via Morena. A princípio, mesmo discordando da decisão, José concordou com a desapropriação, desde que houvesse garantias de que ele receberia um novo terreno ou o valor correspondente à área desapropriada.
“Eu disse que saía desde que me dessem uma área em outro lugar, ou me pagassem valor que o terreno valia. Um oficial fez o levantamento e disse que valia apenas R$ 106 mil, isso não pagava nem o que investi no terreno. Depois chegaram com caçamba e destruíram tudo, até mataram meus animais”, relata.
*Com informações:Midiamax
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