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Pega na mentira: documentos desmentem mais uma vez a prefeita Vanda Camilo; prefeita contratou e promoveu delator

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Vanda Camilo (PP), disse em entrevista que não foi responsável pela contratação de Tiago Basso da Silva, mas documentos desmentem. (montagem: Matheus de Moraes)

Documentos publicados no Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) desmentem a versão da prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), de que não foi responsável pela contratação de Tiago Basso da Silva. Candidata à reeleição, a progressista contratou e ainda promoveu o delator da Operação Tromper, que a acusa de ser beneficiada pelo suposto esquema milionário de corrupção.

Em gravação divulgada nas redes sociais e nos grupos de aplicativos, Vanda acusa Tiago de ser “fruta podre” na administração municipal. Ela deixa claro, com todas as letras, de que herdou o servidor da administração anterior, de Marcelo Ascoli, e de que acabou caindo em uma armadilha.

No entanto, Silva contestou a informação da prefeita. Ele foi exonerado do cargo de chefe de Divisão de Compras e Licitações por Ascoli no final de dezembro de 2020. As demissões de todos os ocupantes de cargos em comissão é praxe na troca de administrações e, em Sidrolândia, não foi diferente.

Vanda Camilo nomeou Tiago Basso da Silva como “assessor especial de apoio administrativo” no dia 7 de janeiro de 2021. O ato foi publicado no Diário Oficial da Assomasul no dia 11 de janeiro de 2021, conforme pode ser verificado na imagem abaixo.

Prefeita contratou Tiago Basso como assessor especial, conforme publicação feita no dia 11 de janeiro de 2021 (Foto: Reprodução)

Cinco dias depois, no dia 12 de janeiro de 2021, Vanda exonerou Tiago do cargo de assessor especial e o promoveu para o cargo de chefe do setor de Execuções e Fiscalização, com o pagamento de gratificação de 100% e salário de R$ 3,6 mil por mês. O ato foi publicado no dia seguinte, conforme o Diário Oficial de 13 de janeiro de 2021.

Dois dias depois, ela o promoveu ao cargo que o colocou no centro do escândalo em Sidrolândia (Foto: Reprodução)

A prefeita e aliadas esconderam a contratação feita na sua gestão e tentam apresentar uma versão de que Tiago Basso da Silva foi contratado na gestão anterior e só foi demitido pela candidata à reeleição.

Alvo da primeira fase da Operação Tromper, deflagrada em maio de 2023, ele não foi demitido. A prefeitura o orientou a ficar em casa, mas sem qualquer ato oficial de afastamento. Na prática, ele continuou recebendo o salário normalmente sem trabalhar.

A demissão só ocorreu com a deflagração da 2ª fase da Operação Tromper, deflagrada no final de julho de 2023, quando Tiago Basso da Silva foi preso. Ele ficou detido até outubro, quando topou o acordo de delação premiada. A delação foi homologada pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, porque o ex-servidor citou a prefeita e Vanda Camilo tem direito a foro privilegiado.

A delação foi homologada no final de dezembro do ano passado e segue, após oito meses, aguardando o procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milhan Júnior. A reação do chefe do MPE ao escândalo é uma incógnita porque o inquérito está em sigilo.

O genro de Vanda, Claudinho Serra (PSDB), vereador da Capital, foi secretário municipal de Fazenda na gestão da sogra e acusado de chefiar a organização e acusado pelo delator de usar o dinheiro do esquema para pagar os cartões de crédito e festas na casa de Vanda Camilo.

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