Dono seria piloto do interior de SP, alvo de operação em maio deste ano e envolvido com o Clã Mota
A história por trás da queda do helicóptero na região do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, na região de Naviraí, cidade a 366 quilômetros de Campo Grande, ainda é investigada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). No entanto, é possível afirmar que a aeronave voava em condições irregulares.
Procurada pelo Campo Grande News, a delegada titular do Dracco, Ana Cláudia Medina, afirmou que as diligências ainda estão em andamento e as informações ainda estão sendo resguardadas para que se tenha noção exata do cenário.
“Vamos periciar a aeronave tão logo seja possível e o que podemos afirmar por enquanto é que ela voava em condições irregulares”, afirmou Medina. O helicóptero aparece, no Registro Aeronáutico Brasileiro, com operação negada para táxi aéreo e com o Certificado de Aeronavegabilidade cancelado.
Dono – Conforme consulta ao sistema da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a aeronave pertence a José Flávio Castro Barretto. O piloto seria morador de Paraguaçu Paulista e aparece como suspeito de forte ligação com atividades ilícitas e integrante de organização criminosa que atua no tráfico de drogas e foi alvo da operação Helix, deflagrada em maio deste ano.
Segundo apurou o Campo Grande News, a investigação apontou que Barretto dedicava-se à manutenção e alteração/adulteração das aeronaves utilizadas para o tráfico de drogas, atuando também na intermediação de compra e venda de helicópteros. Bem como na falsificação de documentos. Sua atividade é descrita em processo como “operacional e restrita”.
Ele chegou a ser preso, mas foi colocado em liberdade pela 23ª Vara Federal de Curitiba, Paraná. Na ocasião, ele ficou proibido de manter contato com os outros investigados da operação e de sair do país. Além disso, deveria comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades e comunicar o endereço atualizado.
A operação também teve como alvos Cecy Mendes Gonçalves da Mota, Antonio Joaquim da Mota e Antonio Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como Motinha ou Dom, foragido integrante da lista da Interpol e apontado como chefe dos mercenários alvo da Operação Magnus realizada dia 30 de junho.
Nome de José ao lado dos Mota em processo ao qual a reportagem teve acesso (Foto: Reprodução)
Queda – Equipe da PMA (Polícia Militar Ambiental) foi acionada por comunicação via satélite. Próximo ao local indicado, um drone foi utilizado para localizar o sinal e após alguns minutos foi visualizado um helicóptero em meio à vegetação de várzeas, área alagada. Os policiais desembarcaram e entraram na mata fechada, às margens do rio, e após andar por cerca de 15 minutos, ouviram gritos de pedido de socorro e assobios.
Eram dois homens, assustados, com sinais de desidratação, fadiga, muitas dores pelo corpo e algumas escoriações nas mãos e pés. Eles contaram que eram tripulantes do helicóptero que caiu e já estavam no local há cerca de 5 horas.
A aeronave, ano 2003, modelo R22 BETA, ficou totalmente destruída. O piloto não soube definir o motivo da queda. Ele disse que havia saído de Siqueira Campos, Paraná, com destino à cidade de Fátima do Sul, onde o helicóptero seria levado para uma oficina.
Os dois foram resgatados pelos policiais e levados para a sede do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema para cuidados médicos. Com as vítimas foram encontrados R$ 32 mil, distribuídos em notas de R$ 100. Questionados sobre o dinheiro, relataram que o valor seria usado para custeio das despesas e manutenção da aeronave.
Ainda segundo apurou a reportagem, em Fátima do Sul não há oficina especializada em atendimento de helicóptero e o dinheiro que estava com os ocupantes da aeronave não foi apreendido. José Flávio estaria sendo investigado há um tempo por suspeita de ser instrutor dos pilotos do narcotráfico e o voo seria clandestino.
– CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
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